Quem tem pressão alta pode consumir magnésio?

A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 mmHg por 90 mmHg, ou como se costuma falar: 14 por 9.

Em muitos casos, a pressão alta pode ter origem genética ou no processo natural de envelhecimento. Mas, há vários fatores que podem contribuir para o aparecimento da doença, entre eles: fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, consumo excessivo de sódio (sal), níveis altos de colesterol e falta de atividade física. Ela também afeta frequentemente os diabéticos. O controle da pressão alta é algo extremamente importante, uma vez que, quando não controlada, está associada à morte súbita, acidente vascular cerebral (popularmente conhecido como derrame), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença renal crônica.

Preocupante, não é mesmo?

O fato que mais nos aflige é saber que a hipertensão pode ser uma doença silenciosa. E, segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, aproximadamente 35% da população tem pressão alta, mas metade nem sabe disso. Entre as pessoas que sabem que são afetadas pela doença, 50% fazem uso de medicação, e, dessas, somente 45% conseguem controlar a pressão arterial.

E qual o papel do magnésio diante da pressão alta e das doenças cardiovasculares?

Estudos clínicos mostraram que a maior ingestão de magnésio pode exercer efeitos benéficos sobre os fatores de risco cardiovascular, melhorando o metabolismo da glicose e da insulina, aumentando a vasodilatação do endotélio (camada fina de tecido epitelial que reveste a parede interna de todos os vasos sanguíneos), melhorando o perfil lipídico e atuando como um agente anti-hipertensivo e anti-inflamatório¹.

Em 2012 e 2016, duas meta-análises a respeito do uso de magnésio no controle da pressão alta trouxeram resultados esclarecedores. Uma delas foi publicada no Jornal de Nutrição Clínica da Europa. Ao total foram analisados mais de 30 ensaios clínicos. A dose média de magnésio suplementada pelos participantes foi de 389 mg/dia, com uma duração média de 3 meses, o que levou a reduções gerais na pressão arterial sistólica (valor maior da pressão) de 2,75 mmHg e na pressão arterial diastólica (valor mais baixo da pressão) de 2,14 mmHg 5,6.

Bons resultados, não é mesmo?

Por ser uma doença muito comum, é importante lembrar que o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais. Faça a aferição da sua pressão arterial regularmente e adote um estilo de vida saudável.

Quer saber mais sobre os benefícios da suplementação de magnésio?

Esse mineral essencial a nossa saúde auxilia na formação de ossos e dentes, no funcionamento muscular e neuromuscular, no metabolismo energético, no equilíbrio dos eletrólitos, no metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras e no processo de divisão celular.

Como consumir magnésio adequadamente?

O magnésio é encontrado em legumes, nozes, amêndoas, sementes, grãos integrais, banana, abacate e vegetais folhosos verde-escuros, como espinafre, agrião e couve.

Agora, você deve estar se perguntando se uma alimentação balanceada deve dar conta das suas necessidades de magnésio e como medir sua deficiência.

A respeito disso, podemos informar que a recomendação diária e contínua para o consumo desse mineral é de 260 mg. Porém, estudos realizados no Brasil por Monteiro e Vannucchi observaram que a ingestão média de magnésio da população brasileira adulta está abaixo das recomendações de consumo, encontrando frequentemente até mesmo pessoas que ingerem uma média de 60 mg de magnésio ao dia, ou seja, somente 23% da recomendação diária². Por isso, a suplementação alimentar de magnésio é uma ótima alternativa para manter níveis adequados desse mineral em nosso corpo.

Como o magnésio está presente dentro das nossas células, não é fácil descobrir os valores reais de magnésio presentes em nosso corpo, principalmente porque sua distribuição no organismo se concentra dentro das células ósseas e musculares, inclusive nas células do coração. Como apenas 1% do magnésio total se encontra no sangue, a quantificação deste mineral através de exames de sangue nem sempre revela as quantidades intracelulares. Assim, a melhor forma de perceber se estamos com deficiência de magnésio é observando os sintomas como fraqueza, indisposição, irritabilidade, câimbras e formigamento das extremidades.

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Fontes:

1. Rosique-Esteban et al., 2018. Dietary Magnesium and Cardiovascular Disease: A Review with Emphasis in Epidemiological Studies. Nutrients, 10, 168.

2. VANNUCCHI, H.; MONTEIRO, T. H., 2010. Magnésio. ILSI Brasil. São Paulo, p. 20.